enquanto eu não volto...

abandono o meu corpo devagar lamentando cada milésimo de segundo... alguém cuidará dele enquanto eu não volto?

segunda-feira, julho 18, 2005

Pesadelo

Acordei a tremer completamente agoniada. Carregava na alma uma máquina destruidora com um peso que eu não queria para mim. Tinha morto mais um homem. Pormenores fora, tinha morto mais um homem à facada.

Pormenores dentro… estava a ser perseguido (pois, eu era um homem) por um baixinho mas energético asiático, de cabelo rapado e com aquele mau gosto característico na maneira de vestir, íamos a nadar furiosamente ao longo de um rio e ele estava sempre a alcançar-me mas eu desembaraçava-me dele e continuava a fugir até que amarinhei por uma margem acima e comecei a subir por um caminho que ia dar a uma casa que, para minha desgraça, estava cheia de amiguinhos dele e foi um rapazote que substituiu o exausto china na caçada. Desci em direcção à aldeia, atravessei o rio a nado e corri pelas ruelas em direcção a casa (era uma casita de um só piso daquelas que dão directamente para a rua sem ter um jardim à frente e estão entaladas entre as casas do lado). A minha avó estava a entrar, ou à porta, não me lembro muito bem, mas abordou-me assim que cheguei e pedi-lhe desesperado que fechasse as portadas enquanto eu fui fechar a porta de entrada porque tínhamos entrado pela cozinha. Não cheguei a tempo e o miúdo (que era um actor brasileiro novito que estreou agora na New Wave) já estava a entrar. Lutámos violenta e demoradamente e sem que eu me lembre muito bem como foi. Entretanto eu tinha uma faca de cozinha e comecei a esfaqueá-lo. Desta vez não me lembro de sentir aquela sensação horrível dos ossos a partir, mas fui brindada(o?) por uma morte em 3 ou quatro actos. O desgraçado nunca mais morria! E eu tinha de continuar a esfaqueá-lo. Cada vez que eu parava e pensava estar tudo acabado, aliviado mas completamente destroçado por ter de ter morto um homem de forma tão violenta, o estúpido voltava à carga até que lhe quis cortar o pescoço só que ele teimava em baixar o queixo e eu abri-lhe um sorriso de orelha a orelha antes de conseguir finalmente decapitá-lo e mesmo assim não tenho a certeza se ele não teria continuado a insistir se eu entretanto não tivesse acordado.

É só quando ele (eu?) explica o sucedido à avó que eu (eu) fico a saber que o china tinha batido contra o meu (?) carro quando saíamos de um jogo de futebol (nunca fui a 1 jogo de futebol na minha vida!) e talvez a equipa dele tivesse perdido porque apesar de não haver grandes estragos o gajo ficou furioso e queria matar-me. (23 de Abril de 2005)