enquanto eu não volto...

abandono o meu corpo devagar lamentando cada milésimo de segundo... alguém cuidará dele enquanto eu não volto?

quarta-feira, julho 13, 2005

Encore une foie...

Desde o concerto da Madonna que não tenho nenhum orgasmo. A tensão aumenta de dia para dia e os ânimos elevados do 25 de Outubro deixaram-me doida de desejo…

Pronto… não é bem verdade… já tive pelo menos um orgasmo[1] mas com uma satisfação fugaz que se diluiu na minha angustia como uma gota de água doce contra as ondas do mar.

Os dias foram passando e o desespero foi-se instalando. O meu ego está cada vez mais franzinito e a minha cara está cada vez mais velha e feia. Tento disfarçar e fingir estar bem disposta mas sei que não devo estar a conseguir porque já ninguém quer do meu mel, tão cobiçado há uns meses atrás. Tenho de me forçar a erguer a cabeça e por os ombros para trás tentando encobrir a minha condição de miserável. De vez em quando rebenta furiosa uma raiva que tenho de engolir por não ter como ou a quem me queixar. Veneno puro! A tristeza voltou a ocupar o seu lugar e os maus condutores voltaram ao poder e lá ando eu pelo transito a irritar-me e a chorar de nervos! Lá ando eu a responder mal a quem não merece e a sentir-me péssima por isso. As minhocas que pretendem ser os meus miolos já retomaram a conspiração maquiavélica para me deixar cada vez pior.

Ando fodida dos cornos! (desculpem a expressão, mas não me lembrei de outra que melhor relatasse o meu estado de espírito). Ando desvairada, tomo as piores escolhas por desespero, por achar que qualquer coisa há-de ser melhor do que o que estou a passar, mas sempre a enterrar-me mais fundo. Não me respeito ou protejo e acabo por fazer tudo o que não devo e entregar-me a quem não me merece. Alguns laivos da “velha Eu” no seu pior.

Mais uma vez a loira da anedota da casca da banana… (30 de Novembro de 2004)
[1] Claro que não contam os monólogos de prazer que só servem para aumentar a minha solidão quando à partida já me sinto só.