Pesadelo
Sempre fui dada a pesadelos... quando era miúda passava as noites a fugir de monstros ou a deambular perdida por aldeias em chamas e outras coisas que tais. Sonhava a eminência do terror... nunca acontecia nada de facto... os monstros nunca me apanharam e não faço ideia do que fariam comigo se tivessem apanhado, e as aldeias estavam simplesmente lá a arder... eu nem sentia o calor das chamas, não morria ninguém... nada!
Chegado o dia em que, com perícia e confiança, trepava às árvores, subia e descia do telhado, corria concentrada nas rochas bicudas e cheias de cracas do lado de lá da Pedra do Sal sem cair e sem me magoar, comecei a encher os pesadelos de vitórias... eu conseguia fugir aos monstros! Senti que estava a começar a controlar os pesadelos...
Não durou muito... Sem que me apercebesse muito bem, os monstros voltaram, desta vez com namorados traidores e foram ficando ano após ano após ano (mas por seu lado as aldeias em chamas já só me atormentam muito muito de vez em quando).
Pois a estória dos meus pesadelos infanto-adolescentes talvez não fosse para aqui chamada caso todo se mantivesse igual... mas no Verão de 2003, nasceu uma versão nova da coisa... uma versão crescentemente sangrenta e violenta... Agora olhando para trás, já nem me choco assim tanto com aquele primeiro episódio mas na altura fiquei aterrorizada por descobrir que tinha coisas terríveis dentro de mim. Coisas que não combinavam com férias, com praia, com o ritmo pacato da travessia da ria em Cabanas, com a sopa do mar do Ideal, com o ombro do meu namorado onde me aconchegava todas as noites.
Naquele sonho vivia-se um clima de decadência humana... uma cave sombria e suja, tráfico e consumo de droga, sentía-se a pressão de ter todos os movimentos controlados, como se os dementors estivessem ansiosos que alguém falhasse alguma regra desconhecida daquele jogo onde tinhamos ido parar sabe-se lá como...
Á porta, um carro passa e assassina um homem que é projectado contra a parede por onde vai escorrendo lentamente ao lado do sangue até ao chão...
Muitos filmes concerteza...
Chegado o dia em que, com perícia e confiança, trepava às árvores, subia e descia do telhado, corria concentrada nas rochas bicudas e cheias de cracas do lado de lá da Pedra do Sal sem cair e sem me magoar, comecei a encher os pesadelos de vitórias... eu conseguia fugir aos monstros! Senti que estava a começar a controlar os pesadelos...
Não durou muito... Sem que me apercebesse muito bem, os monstros voltaram, desta vez com namorados traidores e foram ficando ano após ano após ano (mas por seu lado as aldeias em chamas já só me atormentam muito muito de vez em quando).
Pois a estória dos meus pesadelos infanto-adolescentes talvez não fosse para aqui chamada caso todo se mantivesse igual... mas no Verão de 2003, nasceu uma versão nova da coisa... uma versão crescentemente sangrenta e violenta... Agora olhando para trás, já nem me choco assim tanto com aquele primeiro episódio mas na altura fiquei aterrorizada por descobrir que tinha coisas terríveis dentro de mim. Coisas que não combinavam com férias, com praia, com o ritmo pacato da travessia da ria em Cabanas, com a sopa do mar do Ideal, com o ombro do meu namorado onde me aconchegava todas as noites.
Naquele sonho vivia-se um clima de decadência humana... uma cave sombria e suja, tráfico e consumo de droga, sentía-se a pressão de ter todos os movimentos controlados, como se os dementors estivessem ansiosos que alguém falhasse alguma regra desconhecida daquele jogo onde tinhamos ido parar sabe-se lá como...
Á porta, um carro passa e assassina um homem que é projectado contra a parede por onde vai escorrendo lentamente ao lado do sangue até ao chão...
Muitos filmes concerteza...
1 Comments:
At sexta-feira, fevereiro 16, 2007 12:22:00 da manhã,
Anónimo said…
That's a great story. Waiting for more. Surveillance services lingerie en france Effexor xr withdraw symptoms Flip it vacuum cleaner sweeper floor audi a8 Frre hot webcams
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