Peso
Morte. Até aqui a morte passava-se num curto momento. Agora está-se vivo, agora já não. Um momento claro, um momento declarado. Foi assim com o meu pai. O merceeiro chegou e disse: "O seu pai morreu." Pronto. E num momento eu vivi a morte do meu pai. Instantânea.
Hoje conheço outra morte. Arrastada. O corpo a definhar de dia para dia e a luz a esbater-se dos olhos de quem nós amamos. A minha avó morreu e uma nova morte nasceu para mim. Uma morte dolorosa e demorada que me ensinou a dar o devido peso ao pesar. Então entra o velho cliche "não há palavras..." e não há, quem sabe, sabe e pronto.
Hoje sou mais rica. Já não quero enriquecer mais.
Hoje conheço outra morte. Arrastada. O corpo a definhar de dia para dia e a luz a esbater-se dos olhos de quem nós amamos. A minha avó morreu e uma nova morte nasceu para mim. Uma morte dolorosa e demorada que me ensinou a dar o devido peso ao pesar. Então entra o velho cliche "não há palavras..." e não há, quem sabe, sabe e pronto.
Hoje sou mais rica. Já não quero enriquecer mais.
2 Comments:
At segunda-feira, maio 18, 2009 7:13:00 da tarde, Anónimo said…
perdi a minha mãe em setembro de 2008...o meu pAI acordou-me na manhã de 13 de setembro e disse-me ( e ao meu irmão) : a vossa mãe faleceu. Assim de repente...percebo o que dizes...eu tmbm nao quero enriquecer mais...pois essa riqueza corresponde, pelo menos para mim, á maior de todas as pobrezas...Nao sei viver sem a minha Mãe. E por não saber viver sem ela...não sei o que fazer á minha vida. Um beijinho
At sábado, março 19, 2011 6:09:00 da tarde, a said…
Oh... espero que já tenhas encontrado uma maneira de aceitar a morte da tua mãe... um beijinho
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