enquanto eu não volto...

abandono o meu corpo devagar lamentando cada milésimo de segundo... alguém cuidará dele enquanto eu não volto?

quinta-feira, setembro 22, 2005

Meia-hora!


Meia-hora! Deixaste-me para ires tomar banho... Armadilhaste a bomba e fugiste. Como é que podes estar a fazer isto comigo?!!... Não percebes nada? Eu não percebo nada, mas era suposto seres tu a guiar o nosso caminho. Não te vou pressionar, dizias tu. Em meia-hora imaginei agredir-te das mais variadas maneiras... Dizias que não ias ligar aos meus stresses... Sempre te imaginei a olhar lá de cima para nós perdidos no labirinto. Claro que não estavas preocupado enquanto eu tentava inutilmente empurrar as paredes para que me saissem da frente. Já sabes que não podes pegar-me ao colo e levar-me daqui. Mas daí a vires perguntar-me o caminho?!!! Como é que podes assustar-me assim e depois deixar-me sozinha a pensar? Dizias que não podias abandonar-me aos meus pensamentos... dizias. Não sabes que eu não sei? Não sabes como estou armadilhada até aos dentes com tudo o que tenho à mão para me atacar? Não sabes que és uma das minhas armas? Uma das mais poderosas? E vens desafiar-me a usá-la? Meia-hora com o dedo no gatilho! Depois vieste desarmadilhar-me e pronto, ficou tudo como estava. Afinal de contas não faz sentido deixares-te contagiar pelo meu medo... tu que estás a ver tudo lá de cima.
(foto de filipa mateus paredes e tectos em olhares.com)

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